domingo, 1 de setembro de 2013

Como tudo começou - parte II

Os meses foram passando, chegámos a 2006, e eu, inacreditavelmente, estava tranquila. De vez em quando sentia com as mãos aquela bolinha, indolor e móvel e pensava que se calhar estava na altura de marcar a cirurgia. Mas estava relaxada. No entanto, houve algo que me fez mudar repentinamente de atitude. A tal bolinha que até aí tinha estado sempre do mesmo tamanho aumentou consideravelmente num curto espaço de tempo. Fiquei francamente preocupada e decidi mesmo marcar consulta com uma cirurgiã plástica que dava consultas na clínica onde eu costumava ir e que, segundo me tinham dito lá, tinha muita experiência nestas cirurgias, pois já tinha trabalhado nesta área.

Marquei consulta e foi aí que a minha preocupação aumentou para doses nunca antes vistas. Assim que fez a palpação essa tal médica disse logo o que o meu médico assistente de clínica geral (e incompetente) nunca disse. Não lhe parecia um quisto sebáceo, mas sim um tumor, e pelo que ela percebeu estava situado na glândula parótida o que implicaria sempre, fosse um tumor ou o mais simples quisto, uma cirurgia com anestesia geral (o outro médico disse-me que seria de anestesia local), uma vez que é nesta zona que está situado o nervo facial e qualquer problema poderia implicar uma alteração da expressão facial, ou seja, correria riscos de ficar parcial ou totalmente deformada.

Bom, escusado será dizer, que fiquei para morrer e já a pressentir o pior. Sobretudo porque a médica - Dra Ana Gonçalves - também não foi propriamente uma simpatia comigo, muito pelo contrário. Se soubesse o que sei hoje, teria logo avançado para outro médico, mas, não me perguntem porquê, decidi continuar com ela, tendo em conta que segundo constava era uma profissional conceituada e assim marcámos logo uma série de exames (TAC, raio X, análises clínicas...) e marcámos a cirurgia.

Estava a haver uma reviravolta na minha vida e eu não estava nada optimista. Pressentia o pior.

5 comentários:

B. disse...

POsso apenas imaginar o sentimento vivido em cada um destes momentos. Em 2011 um médico muito conceituado disse-me que eu tinha um tumor grave e que tinha que ser operada com a máxima urgência, porque o mesmo estava a compremeter alguns orgãos. Felizmente era benigno e resulta de uma doença que tenho. Já fui operada novamente, porque voltou tudo. Mas não é cancro. E eu sei bem o que o cancro é, porque demasiadas pessoas da minha família já passaram por esse tormento. Desejo-lhe um futuro cheio de saúde e cheio de sorrisos Mrs Fane :-)

Maria Sorriso disse...

Tenho uma amiga, que após em criança ter tido leucemia, agora em adulta, pouco antes de saber que estava grávida encontrou o mesmo, uma bolinha atrás da orelha que pensava não ser nada e já durante a gravidez, veio a saber que era infelizmente algo mau e que só depois do fim da gravidez pode tratar. Era cancro, afectou-lhe a face, a glandula salivar, foram meses que radioterapia e ainda hoje, passado cerca de dois anos continua com depressão embora aparentemente a coisa tenha ficado curada.

http://so_risoincognito.blogs.sapo.pt/

angela disse...

Obrigada por partilhar a sua jornada.
Quanto mais conhecermos do cancro, melhor nos podemos defender.

Tété disse...

A minha mãe também tirou a glândula parótida o ano passado, devido a uma massa que aumentou de um dia para o outro. Foi um susto e pêras....

Miscelânea disse...
Este comentário foi removido pelo autor.